E o tema de hoje é: Demência Frontotemporal



Nos últimos dois dias, após a publicação de notícias a respeito do ator Bruce Willis, a Demência Frontotemporal tem ganhado espaço no vocabulário geral.

Mas... O que é a Demência Frontotemporal? E... o Bruce Willis não tinha Afasia???

Vamos esclarecer um pouquinho dessas dúvidas!

Primeiro, já que estamos do mês da também Demência, o Alzheimer... O que é Demência?

Demência é definida como prejuízo em pelo menos 2 funções da cognição (são elas: linguagem, memória, função executiva, função visuoespacial e comportamento) e que gere perda de funcionalidade, ou seja, de independência para atividades básicas e mais complexas (instrumentais) de vida.

Desse modo, alguns pacientes podem apresentar demência, sem necessariamente ter uma perda de memória como sintoma principal, por exemplo. Ele pode ter um comprometimento de linguagem e de função executiva (que envolve atenção) e isso causar perda de funcionalidade.

Demência Frontotemporal (DFT) é o nome dado a um conjunto de síndromes clínicas neurodegenerativas caracterizadas por alterações do comportamento, função executiva e linguagem, causadas por acúmulo de uma proteína denominada “tau”, que existe normalmente no organismo humano, mas, no caso dessa condição, está dobrada de maneira errada, o que a torna tóxica para as células neuronais, notadamente dos lobos frontal (responsável pelo comportamento) e temporal (associado à memória e linguagem).

São tipos de DFT: a Afasia Primária Progressiva não fluente, a Afasia Primária Progressiva semântica, a variante comportamental da demência frontotemporal e a variante do lobo temporal direito da DFT.

É uma doença que pode ser genética ou esporádica e que pode ou não estar associada a outros sinais neurológicos, como sinais sugestivos de doença do neurônio motor ou parkinsonismo.

No caso das afasias associadas à DFT, temos, na variante não fluente, uma dificuldade do paciente em produzir a fala, com perda de ritmo, gramática e fluência, mantendo o conteúdo – fala mais lenta e laboriosa, com muitas pausas devido à pobreza de vocabulário; na variante semântica, o paciente mantém a fluência, a velocidade de fala, mas apresenta prejuízo no conteúdo e no entendimento de frases ou palavras  - o paciente “fala, mas não diz nada”.

A variante comportamental traz alterações principalmente do comportamento, podendo ser desde um aumento de impulsividade, sexualização, preferência por alimentos doces, irritação, ou agressividade até um comportamento mais apático, com falta de iniciativa, falta de prazer nas atividades e de interesse.

A variante temporal direita caracteriza-se por alterações visuoespaciais e de memória, também cursando com alterações de comportamento e por vezes espiritualidade excessiva, com desorientação mais importante.


Você conhece alguém com esses sinais?

Procure um neurologista!


Luíza Alves Corazza

Neurologista Clínica

RQE 103572